Mais uma colaboração da Dra Paula Mello em nosso blog!
O tema é bom! E quando você se encontra em uma situação não planejada em que não tem comida de verdade à disposição?
Dá pra comer barrinhas? Veja o que ela diz...
"Que bom seria não precisar nunquinha inserir
um produto alimentício (comida industrializada) na alimentação do dia a dia. Com
um pouco de organização é claro que isso é possível, mas imprevistos podem surgir
e aí não tem jeito...
Vamos rezar para ter na bolsa/mochila/porta-luvas
algum produtinho desses com a validade um pouco mais extensa que foi esquecido
por lá para não “morrermos” de fome...
Em matéria de lanche prático, as barrinhas
(dos mais variados tipos) são provavelmente a escolha preferida da maioria das
pessoas.
E muitas vezes não são vistas como uma
última opção, mas sim como a primeira escolha para compor um lanche supostamente
“saudável” – é aí que mora o perigo.
Mas antes de tirar conclusões precipitadas,
vamos conhecer os tipos de barrinhas existentes no mercado e quais as suas
características?
Elas invadiram o mercado com o apelo de
serem práticas (quanto a isso não há o que negar) e saudáveis (será?).
Barrinhas
de cereais
Acredito que foram as primeiras a se
popularizar, principalmente pelo fato de terem baixo valor calórico. O problema
é que a maior parte delas é composta essencialmente
de carboidratos de baixa qualidade (alto índice glicêmico) – açúcar, xarope
de glicose, maltodextrina, açúcar invertido, dentre outros – além de possuir
pouquíssima fibra e proteínas.
Barrinhas
de frutas
O mesmo pode ser dito sobre as barrinhas de frutas (aquelas de ameixa,
laranja, banana, morango ou coco geralmente com chocolate) – possuem como
principal nutriente o carboidrato (principalmente
na forma de açúcar), baixa proteína e gordura e, em geral, de positivo
apenas um pouco mais de fibras que as barrinhas de cereais.
Infelizmente a gordura presente nesses produtos (barras de cereais e frutas) geralmente
é de má qualidade (gordura vegetal) e
está presente em maior quantidade naquelas que possuem cobertura de chocolate.
Barrinha
de nuts
São um pouco mais recentes no mercado,
formadas geralmente por um mix de castanhas, nozes e sementes parecem ser uma
opção melhor do que as anteriormente descritas. Elas já são fonte de uma maior quantidade de proteínas e gorduras
que estão presentes naturalmente nas oleaginosas – consequentemente tendem a
dar uma maior saciedade.
Porém, infelizmente elas também vêm com uma
quantidade de açúcar – que é perceptível a “olho nu” quando abrimos a
embalagem: um xarope (de glicose) é
utilizado para grudar as castanhas e organizá-las na forma de barrinha.
Além disso, como a maioria dos produtos
industrializados, também possuem uma listinha de aditivos químicos.
Barrinhas
de proteína
Já as barras de proteína são produtos
voltados para o aumento do aporte proteico diário das pessoas.
Como o próprio nome já diz, elas contêm
altos teores de proteína – as melhores utilizam como principal fonte a whey protein (proteína do soro do
leite), proteína do ovo (albumina) ou proteína hidrolisada da carne, mas
algumas também podem conter proteína isolada da soja (que já é considerada de
pior qualidade).
A depender do tipo de barra, o teor proteico
pode variar de 10 a 16 gramas – aquelas mais simples – até 25 a 32 gramas –
aquelas classificadas como “substitutas de refeição”.
Pelo alto teor de nutrientes, via de regra,
não é objetivo de nenhuma barrinha de proteína ter baixo valor calórico. Acredito
que esse é o tipo de barrinha que encontramos as maiores variações de composição – tanto de nutrientes (quantidade
de carboidratos, proteínas, gorduras e fibras) quanto ingredientes.
A maioria possui um teor moderado a alto de carboidratos (variam
entre 8 e 50g, a depender do tamanho da barra) que geralmente são de baixa
qualidade, mas existem também as versões low-carb, que possuem em torno de 3 a
5g de carboidrato e utilizam adoçantes naturais e/ou artificiais na composição.
Resumindo
A maioria das barrinhas (independentemente do
tipo) possui uma lista de ingredientes extensa que inclui diversos aditivos químicos: espessantes,
emulsificantes, acidulantes, aromatizantes, antioxidantes e corantes – para
citar alguns.
Por isso, na minha visão, barrinhas ou quaisquer
outros produtos alimentícios foram feitos para serem consumidos eventualmente e em situações em que há falta de opção, e não para ter como
regra em uma determinada refeição.
O objetivo aqui não é citar marcas, e por
isso não o farei, mas fato é: nem toda
barrinha é ruim. Algumas possuem uma boa composição (alto teor proteico e
de fibras, e baixo teor de carbo simples) e “boa” lista de ingredientes (com baixíssimo
teor de aditivos) e podem ser consumidas (eventualmente) sem dor na consciência
– é só procurar com muita atenção.
O importante é saber analisar o rótulo para
fazer a melhor seleção! Na hora da escolha: primeira coisa é olhar a lista de
ingredientes! Quanto mais alimentos e
menos aditivos, melhor.
Segundo ponto, observar a tabela nutricional: mais proteínas,
fibras e gorduras (do bem) levarão a uma maior saciedade e reduzirão o impacto
negativo dos carboidratos sobre o aumento da glicemia.
Se o seu objetivo for emagrecimento, prefira
aquelas com baixo teor em carboidrato (e que utilizem adoçantes naturais como
stévia, eritritol e xylitol). Na verdade, essa dica serve para todos,
independente de objetivarem ou não a perda de peso.
Afinal, mesmo aqueles que
buscam hipertrofia e estão consumindo um pouco mais de carbo na dieta não
querem (e não devem) ficar se enchendo de açúcar, não é mesmo?
No final, coma comida de verdade a maior parte do tempo
A regra é: coma comida de verdade. Mas quando por qualquer motivo isso não for
possível, pesquise e selecione aqueles produtos alimentícios que trarão o menor impacto negativo à sua saúde e
atenderão a sua necessidade naquele momento.
Afinal, uma barrinha bem selecionada pode
quebrar um galho quando a programação das refeições falhar.
Paula de Azeredo
Mello
Nutricionista
Clínica e Esportiva
CRN3 43939
Telefone para
marcação de consultas: (11) 98204-7706
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